Arte é atualmente um exercício egomaníaco em que os vídeos, as performances as instalações estão a ser feitas e planeadas de maneira tão óbvia que atingem a simplicidade criativa, além de serem trabalhos que, em sua grande maioria apelam à casualidade, á indiferença e ao mínimo esforço possível e cuja acessibilidade criativa revela tratar-se de uma realidade que poderia, ou poderá, ser alcançada por qualquer comum dos mortais.
Maravilhados que estamos com as novas tecnologias, não podemos deixar de recorrer e esquecer os meios manuais e artesanais, sinais de expressão que revelam a primordial presença da alma humana, como a pureza e a delicadeza do traço ou a subtileza da mancha, da cor e da forma. Nos melhores casos, a mão humana é inimitável e insubstituível, pela sua deliberada irregularidade, pela sua delicada leveza e pelos automatismos psíquicos, capazes de resultados extremamente criativos, expressivos e originais. Para agravar este estado de coisas, o excesso tecnológico na sociedade contemporânea pode ser responsável, também, pelo proliferar de formas de expressão demasiado programadas, frias e impessoais. A produção em série conduz à massificação do “gosto”, promovido até à náusea pela agressividade da publicidade dos média atuais